9 de julho de 2020
De forma geral, a empresa brasileira é uma empresa familiar. O pai monta, o filho ou filha acaba trabalhando na empresa. Se esse for o seu caso, acredito fielmente que você deve estar passando por algumas dificuldades ao tentar convencer os seus pais a estruturar uma gestão empresarial alinhada aos modelos de hoje e não aos de 20 anos atrás.
Saiba que essa é uma história muito comum: pais que iniciaram aquele negócio e que começaram sem os investimentos que existem hoje, abrindo a empresa na raça. Daí chega o filho, ele entende que a empresa está bagunçada e quer provar para os pais que o jeito dele é melhor. Só que os desentendimentos constantes são capazes de separar a família, em vez de uni-la.
E para que isso não aconteça com você, eu, Marcelo Germano, fundador do EAG – Empresa Autogerenciável, escrevi este texto para mostrar como é possível chegar em um acordo entre pais e filhos. Eu tenho certeza de que ele irá te ajudar no relacionamento com os seus pais e no crescimento do negócio de vocês.
Boa leitura e mãos à obra!
Na minha concepção, o herdeiro é aquele filho ou filha, que acredita quem tem total direito à empresa, só porque nasceu do dono ou da dona do negócio.
Já o sucessor é o filho ou a filha que sucede a pessoa que começou e tem o objetivo de fazer uma obra melhor do que ela, não por ego, nem por vaidade, mas por honrar o nome do pai ou da mãe e para continuar o seu trabalho com maestria. Inclusive, eu tendo a imaginar que o sonho do pai é olhar e ver o filho tocando o seu negócio melhor do que ele.
E aí, Comandante, você é herdeiro ou sucessor? Pense nisso com carinho enquanto você continua a leitura deste texto.
Eu acredito que a falta de comunicação é uma dor muito grande nesse tipo de empresa. Pode reparar: pais e filhos que vivem brigando por causa da empresa têm as suas relações estremecidas e, muitas vezes, esse conflito termina com o filho abandonando o barco.
Uma vez, eu intermediei um diálogo entre o pai, a mãe e o filho. E sabia que foi graças à essa intermediação que eles conseguiram conversar? Eles confessaram que, até então, só existia discussão, e que a briga era tão regular que o filho saiu do negócio.
Por outro lado, já presenciei casos com finais felizes. O relacionamento já vinha se desgastando, não existia diálogo, mas houve uma possibilidade de conversa e as coisas melhoraram.
Por isso, não tem jeito, Comandante: a melhor forma de convencer a família a estruturar a gestão empresarial é conversando. E vou mostrar como isso é possível a seguir.
Normalmente, eu recomendo 4 passos para os sucessores – e não para os herdeiros – que chegam até a mim com esse problema. Eu explico cada um deles, de forma bem detalhada, neste vídeo que você pode ver a seguir:
Mas eu também trouxe um resumo que ajuda você a convencer os seus pais a estruturar uma gestão empresarial alinhada aos modelos de hoje, e não aos de antigamente:
Eu sei que é difícil reconhecer os próprios erros, Comandante. Mas para você estabelecer um diálogo honesto com os seus pais, é necessário fazer esse mea culpa para não deixá-los bravos ou inseguros e para não perder a sua credibilidade diante deles.
Conheça a fundo a história dos seus pais e sobre tudo o que eles fizeram para construir a empresa. Pergunte-se e procure saber:
Antes de querer provar que você está certo, procure mostrar resultado. O nosso grande problema é ganhar no grito. Portanto, em vez de discutir, faça um trabalho que mostre resultado, porque aos poucos você vai ganhando espaço e conquistando os seus pais pelo seu trabalho e esforço.
Eu chamo de “queda de braço” a diferença entre as gerações e crenças e, acredite, Comandante: tentar ganhar no grito nunca vai dar certo.
Em vez de você estipular que as coisas vão ser feitas de determinada maneira, é necessário fazer um alinhamento de interesses. Ou seja, procure entender quais são os interesses do seu pai e descubra uma forma de vocês os conciliarem. Eu indico abrir um diálogo e trazer o seu pai para um nível de conscientização sobre como as empresas são hoje em dia.
Por exemplo: se o seu pai acha que “não se pode confiar no funcionário”, mostre para ele determinados conteúdos que falam sobre a importância de desenvolver e capacitar colaboradores para a empresa caminhar rumo ao sucesso. Se o seu pai não entende a importância da cultura organizacional, mostre exemplos de empresas que têm uma cultura baseada no comprometimento e na responsabilidade e quais foram os resultados que elas alcançaram.
Dessa forma, você vai apresentando a esse “novo mundo” de forma didática e empática, em vez de empurrar goela abaixo e a todo custo algo que ele não acredita e que pode desencadear nos conflitos entre vocês.
Normalmente, quando vamos tentar convencer os mais velhos a qualquer coisa, inclusive a estruturar uma gestão empresarial, o lado racional é muito importante, mas a decisão é completamente do emocional. Portanto, é essencial convencer o seu pai a adotar essa mudança tanto pelo lado racional, quanto pelo emocional.
Apesar de nem sempre ser uma conversa fácil, vocês precisam visar o bom relacionamento e o crescimento da empresa como um todo.
O EAG Empresa Autogerenciável foi criado para te ajudar a acabar com o caos da sua empresa e a construir uma equipe autogerenciável que funcione sem depender de você.